horizonte obscuro. 1ª parte

FICO FELIZ POR VER COMO A CHUVA ACOMPANHA O RIO NA SUA ÓPERA VULGAR
E DESILUDO-ME COM A TRISTEZA QUE SE INSTALOU ENTRE O SOL E O MAR.
As gotas da chuva cantam leve ao meu ouvido.querem susurrar-me algum segredo ,mas não consigo descodificar o som.Violentamente a janela é assaltada pela chuva e as pedrinhas já não se podem esconder da sua fúria.
É como na natureza ,que chove na minha alma.As gotas de sangue gelado escorrem lentamente pelo coração deixando feridas incapacitadas de sarar.
E o sorriso?
Também ele se mistificou entre relações frias e inexistentes,acabando de vez com o seu mistério.
Sentimentos opostos ,vontade de vingança e de fazer sofrer como ja me fizeram a mim.
Fazer pagar com a mesma moeda e dar cabo das almas e sentimentos deles .Pisar-lhes sem remorços o coração e despedaça-lo em milhões de bocadinhos e deita-lo ao contentor mais próximo,mas não consigo apesar de vontade não faltar, mas também não vou continuar a ser aquela pessoa que aceita tudo,contenta-se com o minímo que lhe dão ,isso não.
Já chega!!!
Chega de me sentir pissado e inferiorizado por toda a gente ,por pessoas que nem sequer sabem avaliar-me ou valorizar-me ,pessoas que criam juizos errados e falsos acerca da minha pessoas.
Chega!!!
Chega de por alma e sentimentos até na mais insignificante coisa!

2ª parte

chega de me lamentar ,quando sei que também tenho culpa do que me acontece e não quero admitir.
Chega de me basear em milagres e na ideia de que o mundo vai ficar melhor quando o dia-á-dia é uma luta de mutantes para a própria sobrevivência .
Chega!!!
Chega de chorar que nem uma núvem só para dizer que sofro.
É verdade,sofro!e há alguém, que se importe e esteja disposto e tirar-me as lágrimass com o lenço de cetim do seu coração?
Claro que não!Não se dão a tanto trabalho para que no fim vejam que sou um vencido da sociedade,um fracassado na luta comigo mesmo.
Purtador de luto,que vê o seu fim incompleto.
Visualizo-me , sozinho, deprimido,e com os mesmos sentimentos de outrora e agora.
Se o passado já apaziguo as suas infantis lembranças, o presente não tem nada de bom para guardar no seu baú, o que reservará o futuro?
Não sei ,não quero pensar,não quero sentir.
quero apenas sentir-me um floco de neve que cai lentamente em ritmo de bailarino um folco de neve que cai lentamen~te em ritmo de bailarino numa rua,em que tudo é impecável, branco mas de repente, uma figura mística assasina-me e deixa a rua enevada com manchas vermelhas e com uma grande rosto de lama que nem os furacões limpam.
Serei assasinado,pela solidão ,pela dor, pelo sofrimento ,pelos sentimentos e morrerei a beira dum lago escuro sem margens.

3ª parte

Agora vou encostar a cabeça a almofada e ouvir o maravilhoso cantarular da chuva.
È tão bom ouvi-la!As batidas das gotas parecem envolver segredos a ninguém revelados,e que estão a espera de serem desvendados.
Acalma-me essa cantig,cantada com voz doce e em tom que me faz adormecer.
Acalma-me por completo,desinquietando qualquer tipo de angústia dentro de mim.
Agora sou leve que uma pétala de rosa azul que voa em direcção do nada, esó consigo sentir e aproveitar as vibrações que a batida da chuva veloz produz.
Agora ,posso refugiar-me num canto do subconsciente e imaginar tudo o que me apetece sem medo de sentir as represálias dos que me rodeiam.Agora, meus desejos mais escondidos,e a ninguém revelados.
Agora, o batimento cardíaco também se regularizou, deixando-me numa tranquilidade, ilusória,pois sei que ao nascer de um novo dia,os sentimentos vão-se intensificando o amanhã pois a cruel realidade faz-me escolher sempre como cor principal da minha tela o preto e o cinzento,que conduzem o meu espirito para a obscuridão.